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Insights que talvez não sejam tão óbvios sobre Altas Habilidades/Superdotação (AH/SD)

Sobre Altas Habilidades/Superdotação (AH/SD), há alguns aspectos menos discutidos que podem ser relevantes para seu trabalho e vivência como mãe e profissional. Aqui vão insights que talvez não sejam tão óbvios, mas que fazem diferença na prática:

1. A Intensidade Emocional e a “Sobreexcitabilidade” (Teoria de Dabrowski)

  • Muitos profissionais focam no QI ou desempenho acadêmico, mas a sobrexcitabilidade psicomotora, emocional, intelectual, sensorial e imaginacional é um traço marcante em AH/SD.
  • Crianças podem ter reações extremas a frustrações (ex.: choro intenso por injustiças), hipersensibilidade a texturas/barulhos ou pensamento acelerado que as leva à ansiedade. Isso pode ser confundido com TDAH ou autismo (daí a importância do diagnóstico diferencial).

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2. O Mito da “Auto-suficiência”

  • Há uma crença de que crianças superdotadas “se viram sozinhas”, mas muitas precisam de suporte emocional e orientação explícita para lidar com perfeccionismo, tédio na escola ou dificuldades sociais (ex.: por pensarem “fora da caixa”).
  • Elas podem não desenvolver habilidades de estudo porque nunca precisaram se esforçar nos anos iniciais, mas enfrentam crises ao chegar no ensino médio/faculdade quando a complexidade aumenta.

3. AH/SD e Comorbidades (“Dupla Excepcionalidade”)

  • Até 30% das crianças com AH/SD têm comorbidades como TDAH, dislexia, autismo (TEA) ou transtornos de ansiedade.
  • Exemplo: Uma criança pode ser superdotada e ter disgrafia (dificuldade na escrita), mascarando suas altas habilidades. O desafio é identificar e trabalhar ambas as características sem negligenciar nenhuma.

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4. O Papel do Corpo e do Movimento

  • Crianças com AH/SD frequentemente têm mente acelerada, mas corpo inquieto. Atividades que integram movimento (ex.: aprendizagem baseada em projetos, aulas de robótica com manipulação física) podem ser mais eficazes que métodos tradicionais.
  • neurociência mostra que o cérebro superdotado muitas vezes processa informações de forma multissensorial – algo pouco explorado em escolas convencionais.

5. Socialização e Assincronia

  • idade cronológica ≠ idade intelectual/emocional. Uma criança de 8 anos pode debater filosofia mas chorar por não ganhar um jogo, como uma de 5 anos. Isso gera conflitos em grupos etários tradicionais.
  • Estratégias como grupos de interesse (ex.: clube de ciências) costumam funcionar melhor que “forçar amizades” com colegas da mesma idade.

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6. Gênero e Viés Cultural

  • Meninas com AH/SD são subidentificadas porque muitas vezes internalizam expectativas sociais (ex.: “comportar-se bem”) e mascaram suas habilidades.
  • Meninos podem ser vistos como “desafiadores” quando questionam regras, enquanto meninas são chamadas de “mandonas”.

7. O Luto Existencial Precoce

  • Crianças superdotadas frequentemente questionam morte, injustiça social ou o sentido da vida muito cedo, o que pode levar a angústia. Profissionais pouco preparados interpretam isso como “dramatismo”.

8. A Importância do “Tempo de Ócio Criativo”

  • Muitos pais/profissionais lotam a rotina da criança com cursos e atividades, mas o tédio é essencial para a criatividade e a autorregulação.

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Sugestões para sua Prática:

  • Avaliação multidimensional: Além de testes de QI, observe criatividade, motivação intrínseca e perfil emocional (ex.: uso do WISC-V + escalas de criatividade como Torrance).
  • Parceria com as escolas: Muitos professores acham que AH/SD = “notas altas”. Mostre a eles como adaptar atividades (ex.: compactar currículo + aprofundamento em temas de interesse).
  • Grupos de pais: Famílias de crianças AH/SD frequentemente se sentem isoladas. Trocar experiências sobre estratégias reduz a culpa (“Será que estou exigindo demais?”).

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