Psicopedagogos atendem mais de 80% de casos por causa da Alfabetização Malfeita nas escolas.
Pesquisas recentes provam que “Alfabetização malfeita é a real causa de 80% de casos encaminhados para sessões como “distúrbio”. Quando estudantes chegam aos espaços psicopedagógicos e/ clínicas, poucos são os alunos diagnosticados com transtornos e disfunções. O problema é mais simples (ou nem tanto) do que se imagina: a alfabetização não foi adequada.
Podemos perceber nessa informação que devemos direcionar nossas sessões iniciais realizando sondagens para verificar se a queixa apresentada esta fundamentada no fator “má alfabetização”. Devemos investigar muito bem essa possibilidade antes de iniciar testes voltados para os Transtornos da Aprendizagem. Primeiro devemos descartar essa opção “má alfabetização”.
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INVESTIGAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA – ETAPA CRUCIAL PARA PLANEJAR AS SESSÕES
Investigar dentre outros coisas é colocar problemas aos problemas que por vezes foram ingenuamente ou preguiçosamente julgados resolvidos.
Investigar é criar problemas às fórmulas prontas-a-consumir, é criar mecanismos sempre cada vez mais profundos e rigorosos no sentido de analisar a realidade social para além das formas e das fórmulas crédulas e superficiais pelas quais julgamos ter resolvido o problema ou os problemas de análise.
POR QUE INVESTIGAR?
Por diversos motivos, mas o primeiro deles é: nunca acredite apenas no que foi apresentado pelos pais e/ou pela escola. É necessário ir mais além, investigar o principio da queixa diretamente na fonte, ou seja, no aprendente. é muito fácil dizer: “meu filho não aprende” ou “esse aluno tem dificuldades de aprendizagem”.
Você sabia que a maioria das escolas não realizam as sondagens devidamente planejadas no inicio do ano?
Grande parte das sondagens não contemplam atividades para observar as habilidades básicas. Isso é fato. Basta pedir para qualquer aprendente ou pai levar as atividades que foram propostas nos primeiros dias de aula e confirmará essa informação.
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DEPOIMENTO DE UMA MÃE:
“Antes da pandemia iniciar, fui matricular meu filho de 7 anos em uma nova escola. Chegando lá conversei por horas com a diretora e coordenadora pedagógica. Informei que meu filho tinha sido mal alfabetizado e que não consegui lê bem ainda, apresentava bastante dificuldades devido ao processo de má alfabetização. Após ouvir tudo com muita atenção e os por menores que passei, elas me responderam que iriam fazer a sondagem para ajudá-lo nas dificuldades na leitura. Mas, na prática isso nunca aconteceu. Sabe quais foram as primeiras atividades passadas? Textos com mais de uma lauda com interpretações enormes e confusas para uma criança do 2º ano da ensino fundamental I.“ Óbvio que com isso as dificuldades só aumentaram e a falta de estimulo para prosseguir foram desaparecendo pouco a pouco, afinal, ele nunca conseguia acompanhar a turma e concluir as atividades.
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Esse é apenas um de milhares de relatos que recebemos todos os dias. É necessário compreender em que nível o aprendente se encontra, identificar se realmente foi alfabetizado, se conhece as vogais, as consoantes, o alfabeto, se reconhece as sílabas, se consegue juntá-las e formar palavras. Somente após verificar se a criança realmente passou por esse processo com êxito. A partir disso é que devemos cogitar outras possibilidades como: Distúrbios e/ou Transtornos de Aprendizagem.
Se você tem ou conhece depoimentos como esse compartilhe conosco, queremos conhecer a sua experiência com tal situação.
Olá, Iniciei em minha carreira como Psicopedagoga depois de 8 anos de formada, criei em 2018 o Espaço Psicopedagoarte, mas só estou atuando diretamente agora, para atender crianças com dificuldade na aprendizagem e tenho recebido muitas, as quais os pais estão preocupados com a mal alfabetização, na verdade esta pendência vem da Educação infantil. Tenho recebido crianças de 7, 8, 10 e 14 anos com as dificuldades pela falta de um olhar sensível nos períodos anteriores.
Suas dicas e seus arquivo são maravilhosos.
Sou Grata!!
Psicopedagoga, Neuropsicopedagoga Margareth Anselmo
Macuco, Interior do Rio de Janeiro
Olá Margareth, tudo bem?
É esse olhar sensível que quero passar realmente. Muitos profissionais ficam bastante preocupados em identificar possíveis transtornos enquanto o problema real é outro. O processo de alfabetização em nosso país é realmente deficiente, e isso é uma realidade. Recebo constantemente casos de pessoas que estão na faculdade e que ainda não estão alfabetizadas. Como isso acontece? Eu realmente não sei te responder, mas existe. Essa coleção propõe antes de investigar possíveis transtornos, se voltar para a alfabetização e somente depois caso esse não seja a questão cogitar outras possibilidades. Agradeço de coração seu depoimento, é muito importante para mim receber esse feedback, pois assim posso perceber se realmente estamos no caminho certo. Abraços carinhosos, fique com Deus….
Atenciosamente;
Pp. e Escritora: Daliane Oliveira
Sinceramente? Achei esse post preconceituoso, sem fundamento e muito raso de conhecimento profissional. Sou professora de sala de aula comum a mais de duas décadas, psicopedagoga e professora também de atendimento educacional especializado. Responsabilizar a escola por má alfabetização em mais de 80% dos casos é um INSULTO. Para um profissional de qualidade que de fato entende de educação e atendimento clínico, os fatores mais importantes para a não alfabetização já “deixou” de ser “culpa” da escola a muito tempo pois a responsabilidade não é apenas da escola. O que dizer das famílias que não cumprem o seu papel de acompanhar, apoiar e dar suporte aos filhos? O que dizer das políticas públicas de um país que educação nunca foi prioridade e as escolas andam sucateadas? O que dizer do aumento do número de casos de crianças e adolescentes com transtorno do neurodesenvolvimento que a cada ano tem crescido de maneira exponencial e ainda existem estudos para tentar explicar a causa? O que dizer de “Psicopedagogos” que pensam que a profissão é da área de saúde e querem atuar em consultórios quando nunca passou por uma sala de aula para entender o processo educacional (fora outras justificativas grotescas que nem vale a pena citar)? O que dizer de famílias que não aceitam a neurodiversidade dos próprios filhos se recusando até mesmo de falar sobre o assunto? O que dizer das salas de aula lotadas onde não existe condição de trabalho do professor? E por fim e ainda mais assustador, o que dizer desse post que fala de diagnóstico relacionando aprendizagem e nível da criança com conhecimento de vogais, consoantes e sílabas? É uma piada isso? Psicopedagoga avalia conhecimento de letras e sílabas? É sério isso?
Quanto mais leio esse tipo de coisa mais me questiono sobre o futuro desse país.
Olá Professora Silvia Carla, agradeço sua participação nesse post. Muito interessante sua colocação em relação ao mesmo. Então, vamos pensar um pouco mais sobre o que fala a postagem. Silvia, por esta a mais de duas décadas na educação deve esta ciente dos problemas que giram em torno dela há anos. Na vida tudo é uma questão de como interpretamos as coisas, que lemos e que vemos. Na postagem em momento algum citei que era culpa dos professores, quando falamos “má alfabetização nas escolas”, sabemos quem são os responsáveis por isso e o descaso que a educação tem sofrido desde muitas décadas. Não estamos aqui para julgar ninguém, muito menos para sermos hipócritas. Como você também passei muito tempo em sala de aula, da educação infantil ao ensino superior, não sou uma psicopedagoga sem fundamentos, prática e experiência. Sei bem como as coisas funcionam na educação. Vamos ser sinceras, o descaso na educação em muitos municípios no país é o que chamamos de INSULTO a sociedade. Ao contrário do que algumas pessoas pensam não ouve aumento de casos voltados para Transtornos do Neurodesenvolvimento, mas sim, agora com o surgimento e evolução das redes sociais as pessoas estão tendo mais conhecimento e informações sobre o assunto. Transtornos sempre existiram, mas a falta de informação e a não aceitação, bem como o preconceito “maquiaram” eles. Todos nós temos parcelas iguais de culpa pela educação ser como é. Políticos, Escola de modo geral, pais e a sociedade. Acredito que todos os envolvidos nesse processo sabem bem disso, mesmo que alguns não assumam.
Sobre psicopedagogo investigar as habilidades básicas inicias, é serio sim, veja porque. Olha qual é a função desse profissional. “O objetivo do psicopedagogo é entender o processo que leva o ser humano a assimilar e construir o conhecimento. Ele trabalha com os processos de aprendizagem, assim como, as dificuldades e limitações inerentes, decifrando a origem da dificuldade apresentada, que pode ser social, física e mesmo emocional”.
Veja que quando fala “ORIGEM”, devemos ir a fundo. Isso significa que temos que observar, analisar e avaliar todas as possibilidades para chegar a um parecer o mais correto possível. Atendo muitas crianças, adolescentes e até mesmo acompanho adultos que por terem sido mal alfabetizados não conseguiram desenvolver suas habilidades e tiveram muitas dificuldades por isso. Em diversos casos confundiu-se má alfabetização com algum tipo de transtorno, o que por várias vezes não era. Então, enquanto profissional devemos sim, estar atentos, atualizados e com a mente bem aberta para entender as mudanças que acontecem todo tempo. Aceitar as possibilidades significa, amadurecer e aceitar que o tempo muito consigo mesmo e as pessoas com ele.
Psicopedagoga – Escritora – Editora do Blog e co-fundadora da PsiquEasy – Daliane Oliveira