Sinergia na Prática: Um Caso Concreto
Imagine uma criança com dificuldade severa em leitura.
- O Psicopedagogo irá:
- Observar que ela evita ler em voz alta, fica ansiosa e tem uma autocrítica muito negativa (“sou burro”).
- Identificar, através de atividades, que ela não consegue relacionar letras a sons.
- Investigar a história escolar e perceber que a escola não usou um método fônico.
- Suspeitar de uma má alfabetização agravada por um bloqueio emocional.
- O Neuropsicopedagogo irá:
- Aplicar testes de consciência fonológica, nomeação rápida e memória de trabalho verbal.
- Constatar um déficit significativo no processamento fonológico, com velocidade de nomeação lenta, mesmo tendo uma inteligência média.
- Avaliar as funções executivas e descartar um TDAH primário.
- Chegar à hipótese de um Transtorno de Aprendizagem (Dislexia).
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Trabalhando Juntos:
O neuropsicopedagogo fornece o “diagnóstico de fundo” (a dislexia), mapeando os déficits neurocognitivos específicos. O psicopedagogo, com essa informação, planeja a intervenção, levando em conta o perfil emocional da criança, propondo atividades que trabalhem a consciência fonológica de forma lúdica para reduzir a ansiedade, e orienta a escola sobre as adaptações necessárias.
Enquanto o Psicopedagogo tem um olhar macro, contextual e processual, o Neuropsicopedagogo traz um olhar micro, neurocognitivo e causal. Ambos são essenciais e complementares. Muitas vezes, o mesmo profissional possui as duas formações, o que lhe permite uma atuação ainda mais integrada e precisa. O objetivo final de ambos é o mesmo: entender a raiz do problema para conduzir a intervenção mais eficaz possível.
