Para Além do Rótulo: Por que o Perfil de Aprendizagem é Mais Importante que o Diagnóstico?
Colegas Psicopedagogos e Neuropsicopedagogos! 🧠
Frequentemente, pais e escolas chegam até nós com uma única pergunta: “Qual é o diagnóstico?” E nós, na ânsia de responder, podemos cair em uma armadilha: a do rotulamento.
Mas e se eu disser que o rótulo diagnóstico (TDAH, Dislexia, TEA) é apenas o ponto de partida, e não o destino da nossa intervenção?
O que verdadeiramente transforma a vida de um aprendiz é entendermos o seu Perfil de Aprendizagem único. É aqui que nossa prática se torna verdadeiramente de alto nível.
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🧩 O que é o Perfil de Aprendizagem?
É o mapa cognitivo e funcional do indivíduo. Vai além do nome do transtorno e descreve COMO ele aprende, processa informações e interage com o mundo. É a interseção entre:
- Pontos Fortes Cognitivos: (ex.: Memória visual aguçada, Raciocínio lógico preservado, Criatividade).
- Pontos Frágeis Cognitivos: (ex.: Memória de trabalho fonológica deficitária, Velocidade de processamento lenta, Controle inibitório falho).
- Estratégias Compensatórias: O que a mente faz para contornar as dificuldades?
- Estilo Motivacional e Emocional: O que o engaja? O que o desregula?
💡 O Grande Segredo que Poucos Dominam:
Dois alunos com o MESMO diagnóstico podem ter Perfis de Aprendizagem COMPLETAMENTE diferentes e, portanto, precisar de intervenções ESPECÍFICAS.
Vamos pegar a Dislexia como exemplo:
- Criança A – Perfil “Déficit Fonológico Puro”:
- Pontos Frágeis: Consciência fonológica severamente prejudicada.
- Pontos Fortes: Memória visual excelente, boa compreensão oral, funções executivas preservadas.
- Intervenção de OURO para ela: Abordagem Multissensorial Estruturada (ex.: Método Orton-Gillingham) focada em converter som em símbolo. Use sua memória visual a favor: cores, imagens, letras de lixa.
- Criança B – Perfil “Misto” (Déficit Fonológico + Memória de Trabalho):
- Pontos Frágeis: Consciência fonológica prejudicada E memória de trabalho auditiva muito baixa. Esquece o som que acabou de decodificar.
- Pontos Fortes: Talvez tenha um raciocínio verbal sólido.
- Intervenção de OURO para ela: Tudo o que foi feito para a Criança A, MAIS:
- Fragmentação da tarefa: Instruções curtas e uma de cada vez.
- Apoios externos para a memória: Listas de checagem, cartões de apoio, gravador de voz.
- Fortalecimento da memória de trabalho com atividades específicas.
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Percebem a diferença? Ambas têm “Dislexia”, mas a intervenção precisa ser ajustada ao perfil. Dar a mesma atividade para as duas é ineficaz.
🔍 Como Mapear o Perfil de Aprendizagem na Prática?
- Saia do “O que” e vá para o “Como”: Não basta saber que a criança erra na leitura. Analise como ela erra. São erros fonéticos? Visuais? De compreensão?
- Avalie as Funções Executivas com Lupa: Isso é crucial! Avalie memória de trabalho, controle inibitório e flexibilidade cognitiva. Elas são o alicerce da aprendizagem.
- Identifique os Pontos Fortes: Esta é a parte mais negligenciada! Qual é o “superpoder” daquela criança? É a arte? a habilidade com quebra-cabeças? a persuasão? Use esses pontos fortes como porta de entrada para a intervenção. Um aluno com TDAH e hiperfoco em dinossauros pode aprender qualquer conteúdo se ele passar pelos dinossauros.
- Observe o “Estilo”: Ele é mais auditivo, cinestésico ou visual? Como lida com a frustração?
🎯 Conclusão: A Mudança de Paradigma
O diagnóstico nos dá o “porquê” (a causa provável). O perfil de aprendizagem nos dá o “como” (o caminho para a intervenção).
Nosso papel de elite não é ser um “aplicador de rótulos”, mas sim um “arquiteto de estratégias” personalizadas.
Para reflexão: Na sua última avaliação, você descreveu apenas o diagnóstico ou traçou o mapa completo de como aquela mente única funciona?
Vamos levar a nossa prática a um outro patamar!
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