Pandemia dobra o tempo das crianças nos celulares.
O excesso de exposição às telas pode afetar funções relacionadas a planejamento, além de ter impacto na qualidade do sono e no humor.
Apesar de a exposição a smartphones e outros equipamentos eletrônicos pode causar diferentes malefícios à saúde das crianças em diferentes faixas etárias, o aumento do tempo de tela era esperado durante a pandemia de Covid-19. Esses dispositivos tornaram-se uma alternativa tanto para estudar quanto para brincar, uma vez que foi necessário aderir a medidas de distanciamento social, as aulas presenciais foram suspensas e as atividades fora de casa não eram mais uma opção.
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Segundo o neuropediatra José Leandro, com as limitações das atividades sem tela mais comuns para essa faixa etária — como aulas presenciais, interação social e prática de atividades físicas —, o aumento do tempo de tela durante a pandemia já era esperado, e o mais preocupante é o tipo de atividades realizadas, e não necessariamente o tempo. “O problema é mais de qualidade do que de quantidade. O tipo de conteúdo visto e o que ele causa em um cérebro em desenvolvimento é o que nos preocupa mais.”
Nesse período da vida, as crianças ainda precisam desenvolver funções executivas do cérebro, como controle dos impulsos, autorregulação e pensamento futuro, explica o psiquiatra Nagib Demes, diretor-presidente da Sociedade Cearense de Psiquiatria (Socep). “O uso abusivo pode afetar funções relacionadas a planejamento e raciocínio e aumentar o risco de impulsividade, levando a perda do controle sobre o uso de internet”, aponta. “É a idade da autopercepção e da autocrítica”, complementa o neurologista.
Impactos no sono e no humor foram alguns sintomas citados pelos especialistas desse reflexo da pandemia no uso de smartphones por crianças. Inversão do ciclo sono-vigília ou até privação de sono, além de maior nível de ansiedade e de estresse ao serem privadas do uso de smartphone foram pontos destacados pelo psiquiatra Nagib Demes. Em alguns casos, há “maior frequência de comportamentos disruptivos opositores e desafiadores”.
A luz emitida pela tela dos aparelhos eletrônicos tem impacto no início do sono. Isso ocorre porque a frequência de cor mais azulada impede a produção de melatonina, o hormônio do sono. “Com isso, as crianças têm dormido cada vez mais tarde. O ideal é que o uso de eletrônicos seja interrompido no mínimo uma hora antes da hora de dormir”, afirma o neuropediatra.
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Ainda pode haver outras consequências. Esse aumento de tempo frente às telas pode ser um risco para o aumento de sintomas relacionados ao desenvolvimento de transtornos mentais, como sinais de ansiedade e depressão e problemas com autoestima, segundo avalia Daniela Dias Furlani Sampaio, mestre em Psicologia e doutora em Educação. “Temos que nos preocupar, quando isso tudo acabar, de resgatar o tempo de tela que seria ideal, que tem uma variação de acordo com a faixa etária e com a rotina da criança, o perfil da família”, afirma a psicóloga.
Os recursos tecnológicos, porém, não têm apenas efeito negativo no desenvolvimento infantil. Com supervisão adequada e na faixa etária apropriada, eles podem ajudar no aprendizado e no desenvolvimento de habilidades de comunicação. “Além de possibilitar o contato com diferentes realidades e estimular diálogos sobre a tolerância e o respeito à diversidade de opiniões e culturas”, complementa Nagib Demes.
Conheça 9 problemas que as crianças podem experimentar por causa do uso excessivo de celulares e tablets:
- O excesso de uso dos celulares pode destruir o relacionamento entre pai e filho;
- Pode causar dessensibilização;
- Pode alterar o processo de amadurecimento;
- Dificulta a capacidade de conexão social;
- Causa depressão e ansiedade;
- Pode afetar a qualidade do sono;
- Pode causar obesidade;
- Causa problemas de conduta;
- Deixa as crianças infelizes.
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Fonte da Pesquisa: https://mais.opovo.com.br/jornal/reportagem/2020/11/05/criancas-entre-7-e-9-anos-ficam-mais-que-o-dobro-do-tempo-indicado-em-celulares.html