Caso Clínico: Superando a Disgrafia – Quando a Letra Feia Escondia Muito Mais
Hoje vamos compartilhar mais um caso para auxiliar no desenvolvimento profissional:)
Identificação do Caso
Paciente: Rafael (nome fictício), 11 anos, masculino
Queixa principal: Letra ilegível, lentidão extrema na escrita e recusa em fazer atividades manuscritas
Encaminhamento: Escola e pediatra, após 3 anos de tentativas frustradas de melhorar a caligrafia
1. A Avaliação que Revelou o Problema Real
Na primeira sessão, observei que Rafael:
- Segurava o lápis de forma atípica (pressão excessiva)
- Reclamava de dor na mão após 5 minutos de escrita
- Seu caderno escolar mostrava:
- Letras de tamanhos desproporcionais
- Espaçamento irregular entre palavras
- Linhas que “flutuavam” para cima e para baixo
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Testes aplicados:
- DAE 2.0 Vol.04 – Disgrafia
- Avaliação motora fina – dificuldades em coordenação bilateral e destreza manual
- Avaliação postural – má posição ao escrever
2. O Diagnóstico Surpreendente
Além da disgrafia motora, descobrimos:
- Dispraxia (transtorno de coordenação motora) não diagnosticada
- Postura inadequada ao escrever (causando fadiga precoce)
- Ansiedade de desempenho secundária
3. A Intervenção Multissensorial
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Criamos um plano em 4 frentes:
1. Adaptações imediatas na escola:
- Uso de notebook para produções textuais longas
- Folhas com pauta ampliada e colorida
- Permissão para responder oralmente quando a escrita não fosse essencial
2. Terapia psicomotora:
- Exercícios com massinha para fortalecer a musculatura da mão
- Circuitos motores para melhorar coordenação global
- Jogos de pinça digital (pegar feijões com pegador de gelo)
3. Treino de escrita diferenciado:
- Letras feitas com tinta no ar (movimento amplo antes do fino)
- Texturas diferentes (escrever na areia, na lixa)
- Canetas de ponta grossa e papel carbono para reduzir a pressão
4. Trabalho emocional:
- Diário de conquistas (registro dos pequenos progressos)
- Técnicas de relaxamento pré-escrita
- Parceria com o professor para valorizar o conteúdo em detrimento da forma
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Os Resultados que Surpreenderam a Todos
Em 3 meses:
- Velocidade de escrita aumentou 40%
- Legibilidade melhorou em 60% (segundo análise do BHK)
- Diminuição das queixas de dor
Em 6 meses:
- Começou a fazer anotações espontâneas no caderno
- Participou voluntariamente de um concurso de poesia (usando o notebook)
- Autoavaliação: “Agora sei que não sou burro, só preciso de jeitos diferentes”
5. Lições Aprendidas (Para Profissionais)
- Nem toda disgrafia é igual – Rafael precisava de abordagem motora antes da caligráfica
- A tecnologia como aliada – O notebook foi ponte, não muleta
- O corpo escreve – Intervir na postura global foi crucial
- Autoestima se reconstrói – O sucesso veio quando paramos de focar só na letra
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Dica de Ouro:
“Quando uma criança odeia escrever, não é preguiça. É como pedir para correr com um pé quebrado. Nosso trabalho é descobrir onde está a fratura invisível.”