Qual a importância do Sono para a Qualidade da Aprendizagem?
Alguns princípios relacionados ao sono devem ser considerados nas Entrevistas, Anamnese e na Avaliação Psicopedagógica(Pp) e (ou) Neuropsicopedagógica(NPp).
Um dos aspectos que devem ser investigados nos procedimentos de acompanhamento Pp e (ou) NPp está relacionada a qualidade ou falta do SONO. Como nosso paciente/aprendente tem dormido?
O sono tem uma essencial função biológica, que fornece o número de benefícios necessários para o corpo, principalmente para o funcionamento metabólico do cérebro ou em relação à produção de resíduos de proteínas e toxinas de Regulação e Processos Desenvolvimento Psicológicos.
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A falta ou má qualidade do sono causa distúrbios emocionais que afetam a vida, a criatividade, a tomada de decisões, e o sistema de comunicação e Relações com outras pessoas.
Crianças que não repousam o suficiente, que dormem muito mais tarde, ou que não tem boa qualidade de sono, no dia seguinte não quer levantar-se, pois sentem-se cansados, irritados afetando assim a aprendizagem escolar.
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Os mesmos não conseguem se concentrar e ter atenção necessária para desenvolver as atividades propostas, influenciando-os subsequentemente nos processos motivacionais mnemônicos, imaginação, pensamento e emocional, afetando também os seu tempo de desenvolvimento no que se refere a variação de ritmos (corrdenação motora de modo geral).
No caso de ausência de sono, a criança pode ser afetada em 40% menos em sua capacidade de criar novas memórias, impedindo e(ou) dificultando a longo prazo cada vez mais seu desenvolvimento, pois durante o sono armazenam tudo que aprendem durante o dia.
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Durante o sono, acontece a perda reversível do estado de consciência, adotamos uma postura estereotipada (deitados e de olhos fechados) e apresentamos um período de reduzida atividade motora. Não sabemos exatamente porque dormimos, mas sabemos que a privação de sono causa muitos transtornos, inclusive a morte. Dormir pouco reduz a capacidade de manter a atenção em uma tarefa, afetando o desempenho escolar; dificulta a realização de atividades cognitivas; aumenta a sonolência diurna e altera o humor, afirma Fernando Louzada, neurocientista, cronobiólogo e pesquisador da UFPR. Ele defende uma maior flexibilidade de início das aulas para que o sono dos alunos seja preservado.
O sono noturno ajuda na consolidação das memórias declarativas ou não-declarativas.
A Academia Americana de Pediatria divulgou recentemente um documento de políticas públicas no qual orienta as escolas a iniciarem as aulas dos adolescentes por volta das 8h30.
Nesse documento, pesquisadores afirmam que a falta de sono torna os adolescentes mais propensos a desenvolver obesidade, diabetes e depressão, além de buscar estímulo em bebidas com cafeína.
De acordo com eles, atrasar o início das aulas aumentaria a frequência dos estudantes, reduziria atrasos e ajudaria a melhorar o desempenho escolar. Essa discussão está apenas começando, pois pais e escolas continuam defendendo o início das aulas mais cedo e parecem longe de um consenso.
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Quantas horas temos que dormir?
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Uma tabela recomenda e apresenta de acordo com a Fundação Americana do sono o tempo adequado de sono para cada idade, observe:
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A qualidade do Sono representa uma aprendizagem e vida saudável.
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Memória, Sono e Aprendizagem dos Adolescentes por: Kátia Chedid
Na adolescência, passamos por um atraso no relógio biológico de sono e vigília – nosso corpo quer ficar acordado até mais tarde e acordar mais tarde. A liberação de melatonina, o hormônio que induz o sono (cuja liberação é sincronizada com a diminuição da luz solar) é atrasada.
O que é um problema para os adolescentes e a escola. A National Sleep Foundation recomenda que os adolescentes durmam, no mínimo, 8 horas por noite. Segundo a mesma Fundação, adolescentes que dormem menos que isso apresentam uma ou mais dessas características associadas à alteração do sono e vigília:
- Sedentarismo;
- Uso excessivo de computadores, videogames e mídias digitais por mais de 3 horas por dia;
- Fumam maconha ou cigarros ou consomem álcool;
- Depressão por pressões acadêmicas.
A National Sleep Foundation dá algumas dicas para os adolescentes, que as escolas podem difundir entre seus estudantes ao discutir sono e aprendizagem:
- Vá para a cama na mesma hora todas as noites e levante na mesma hora todas as manhãs;
- Certifique-se de que o seu quarto é silencioso, escuro e tem um ambiente relaxante, que não é muito quente nem muito frio;
- Certifique-se de que sua cama esteja confortável e use-a apenas para dormir e não para outras atividades, como ler, assistir TV ou ouvir música;
- Remova ou desligue todos os televisores, computadores e outros “gadgets” do seu quarto;
- Evite grandes refeições algumas horas antes de deitar.
Portanto, as escolas precisam criar espaços que respeitem o relógio biológico dos estudantes durante todo o seu crescimento: onde os alunos da Educação Infantil possam tirar um soninho e adolescentes sejam acolhidos em suas peculiaridades. Sono e aprendizagem andam lado a lado e, quanto antes a escola compreender isso, antes poderá se adequar para potencializar o desempenho dos estudantes. As contribuições da neurociência podem ajudar com argumentos, mas a discussão está apenas no início!
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Sobre Kátia Chedid:
Fonte: Kátia Chedid educadora e psicopedagoga, além de já ter trabalhado como coordenadora pedagógica e orientadora educacional – no total, Kátia conta com mais de 30 anos de experiência na área. Tem extensão em Neuropsicologia e especialização em Neurociência. Ministrou cursos e palestras como “Contribuições da neurociência para a prática na sala de aula” e “Educação e Neurociência” e tem artigos publicados em seu site, katiachedid.com.br.
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