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Atividades de Estimulação Cognitiva para Idosos

O Envelhecimento e o Declínio Cognitivo por Mariuza Pregnolato

O processo normal de envelhecimento provoca alterações de algumas habilidades cognitivas, destacadamente o desempenho das memórias episódica e operacional, que vão diminuindo à medida que a idade avança.

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Estudos com pessoas acima de sessenta anos têm demostrado declínio cognitivo geral e nas funções executivas, mas mais acentuadamente nas tarefas que exigem atenção, rapidez, concentração e raciocínio indutivo, precisão, priorização de foco e inibição de informações irrelevantes.

Há grande variabilidade de possíveis causas atuando nesses processos. Por exemplo:
  • fatores como o nível de escolaridade;
  • herança genética;
  • nível sócio-econômico-cultural;
  • estilo de vida (e aí incluem-se hábitos alimentares, vícios, atividade física x sedentarismo, qualidade do sono);
  • ansiedade;
  • acuidade visual;
  • acuidade auditiva, etc.. são componentes moduladores dos efeitos do envelhecimento sobre a memória; principalmente. Desta forma, tem-se que, do mesmo modo que acontece com o envelhecimento como um todo, o processo de declínio cognitivo também se dá de forma diferente para cada pessoa.

Há evidências de que essa multifatorialidade de causas e sua consequente diversidade de efeitos atuem igualmente sobre a maioria das demais habilidades cognitivas e não somente sobre as citadas acima, visto que várias delas trabalham de forma integrada, de modo que o declínio de uma afetará a performance de outra a ela associada, resultando num desempenho geral empobrecido.

Segundo o entendimento de Araujo, a cognição é a capacidade de o indivíduo adquirir e usar informação, a fim de adaptar-se às demandas do meio ambiente.

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A preservação das funções executivas é fundamental para que se possa lidar eficientemente com as várias situações do dia-a-dia.

De acordo com Oliveira (in Santos at al23, cap. 7) trata-se de um conjunto de processos cognitivos que, de forma integrada, permitem ao indivíduo direcionar comportamentos e metas, avaliar a eficiência e a adequação desses comportamentos, abandonar estratégias ineficazes em prol de outras mais eficientes e, desse modo, resolver problemas imediatos, de médio e de longo prazo.

Este autor enfatiza a importância das funções executivas e destaca que sua principal característica é a organização temporal do comportamento dirigido a objetivos, que é alcançada pela coordenação conjunta e hierárquica de três funções cognitivas:

  • a memória de trabalho;
  • a atenção motora (que prepara o indivíduo para a ação);
  • controle inibitório. Estas são as características das funções cognitivas que posicionam as funções executivas como um dos aspectos mais complexos da cognição humana.

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Os processos cognitivos integrantes das funções executivas são:
  • planejamento;
  • controle;
  • tomada de decisões;
  • flexibilidade cognitiva;
  • memória operacional;
  • atenção;
  • categorização;
  • fluência;
  • criatividade;
  • integração de detalhes de modo coerente e o manejo de múltiplas fontes de informação, coordenadas com o uso de conhecimento adquirido.

Ballesteros et al, defendem que o empobrecimento da atividade cerebral relacionada ao envelhecimento tende a resultar em deterioração funcional em vários aspectos da cognição, dependência e demência.

Por conta disso, explicam, o principal objetivo dos estudos que vêm sendo realizados mais recentemente nesta área visam a investigar e desenvolver métodos que ajudem a manter o cérebro saudável, promovam a manutenção da qualidade cognitiva, a independência e o bem-estar dos idosos.

A comunidade científica tem recebido cada vez mais apoio para desenvolver tais estudos porque já entende que a melhora do desempenho cognitivo, por suas amplas possibilidades de aplicação, atende ao interesse geral da população.

Ademais, particularmente no que tange ao cenário demográfico atual, de crescente aumento da população idosa em escala global, a preservação do desempenho cognitivo desempenha importante papel na conquista de um envelhecimento ativo e saudável reduzindo, retardando ou mesmo evitando o declínio cognitivo.

 
Cada pessoa é única e escolhe como se divertir por Mariuza Pregnolato

Encontrar uma forma prazerosa de treinar as habilidades que sofrem declínio com o passar dos anos pode ser o diferencial que possibilitará ao paciente literalmente divertir-se enquanto se cuida, permitindo-se usufruir sem culpa, peso ou pressão, de atividades recreativas ou intelectuais, mecânicas, sensoriais, culturais, etc.. ou ainda uma combinação de algumas delas desenhada exclusivamente para ele.

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Sempre que possível, e particularmente quando tratar-se de paciente que já apresenta comprometimento cognitivo leve (CCL), a estimulação cognitiva deve iniciar o quanto antes, para que se consiga manter as funções cognitivas preservadas e compensar aquelas que já começaram a sofrer declínio.

Identificando-se corretamente quais as áreas em que houve declínio, enfatiza-se o treino focando mais especificamente essa área para que o paciente obtenha o desempenho esperado para sua faixa etária e nível de escolaridade.

 
Uma opção interessante de intervenção estruturada e individualizada é o modelo proposto por Oliveira et al:
  • Orientação temporal e espacial
  • Atividades de atenção
  • Conteúdo educacional sobre memória e/ou outra função cognitiva
  • Desafios de memória
  • Estimulação das várias funções cognitivas
  • Incluir atividades lúdicas, relatos motivadores e promover a descontração

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Este modelo de intervenção pode ser facilmente adaptado ao gosto pessoal do paciente, personalizando-se o tipo de recursos a serem utilizados durante o programa de treinamento para cada caso.

 
Algumas dicas que visam melhorar o dia a dia dos idosos podem ser compartilhadas nos grupos, tais como a realização de exercícios de casa, por exemplo utilizando tarefas sensoriais:
  • Escovar os dentes ou pentear os cabelos com a outra mão (se a mão dominante for a direita, experimentar com a esquerda e vice-versa);
  • Fechar os olhos aos vestir-se;
  • Mudar as atividades de rotina ou alterar a ordem de realização destas (por exemplo, tomar café depois de trocar o pijama ao invés de antes, ligar a televisão num programa nunca visto, levar o cachorro para passear por um caminho diferente etc);
  • Abrir as gavetas e tentar descobrir cada peça de roupa somente pelo tato e formato;
  • Mudar as coisas de lugar na decoração da casa, no ambiente de trabalho.

A estimulação cognitiva deve ser personalizada para cada indivíduo a partir do perfil cognitivo e do repertório intelectual e social do paciente anterior à doença ou pode também ser realizada em grupos.

Veja ainda:Exercícios para Memória – Ginástica Mental

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