Caso Clínico: Adolescente com Dificuldades Emocionais e Queda no Rendimento Escolar
Identificação do Caso:
Paciente: Maria (nome fictício), 14 anos, feminina.
Queixa principal: Queda significativa no rendimento escolar, desinteresse pelas aulas e isolamento social.
Encaminhada pela escola após observação de mudanças comportamentais e emocionais.
Passo 1: Anamnese e Entrevista Inicial
Na primeira sessão, conversei com Maria e seus pais. Eles relataram que, nos últimos seis meses, Maria havia se tornado mais quieta, evitava conversas em família e passava a maior parte do tempo no quarto. A escola mencionou que ela, antes participativa, agora se mostrava distante e desmotivada. Maria expressou sentimentos de tristeza e desânimo, mas não soube explicar o motivo.
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Passo 2: Avaliação Psicopedagógica e Emocional
Realizei uma avaliação completa, utilizando:
- Entrevistas semiestruturadas para entender o contexto emocional e social de Maria.
- Testes projetivos para explorar seu estado emocional.
- Análise do histórico escolar e de produções textuais, onde notei um padrão de autocrítica excessiva e perfeccionismo.
Resultados da Avaliação:
- Sinais de ansiedade e sintomas depressivos leves.
- Perfeccionismo elevado, com medo de falhar e ser julgada.
- Dificuldades em lidar com pressões acadêmicas e expectativas familiares.
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Passo 3: Hipótese Diagnóstica
A hipótese inicial foi de um quadro de ansiedade generalizada associada a sintomas depressivos, agravado pelo perfeccionismo e pela pressão por alto desempenho escolar.
Passo 4: Intervenção Psicopedagógica e Emocional
Elaborei um plano de intervenção que incluiu:
- Acolhimento emocional: Criei um espaço seguro para Maria expressar seus sentimentos e medos sem julgamentos.
- Trabalho com crenças limitantes: Utilizei técnicas cognitivo-comportamentais para ajudá-la a identificar e questionar pensamentos como “Preciso ser perfeita” e “Se eu falhar, serei um fracasso.”
- Orientação aos pais: Expliquei a importância de reduzir a pressão por notas e valorizar o esforço e o progresso, não apenas os resultados.
- Estratégias escolares: Sugeri à escola que oferecesse atividades em grupo para reintegrar Maria socialmente e que a professora a incentivasse a participar sem cobranças excessivas.
- Encaminhamento para psicoterapia: Para trabalhar questões emocionais mais profundas, Maria foi encaminhada a um psicólogo especializado em adolescentes.
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Passo 5: Acompanhamento e Resultados
Após 4 meses de intervenção, Maria apresentou melhoras significativas:
- Redução dos sintomas de ansiedade e maior disposição para participar das aulas.
- Melhora na autoestima e na capacidade de lidar com erros e frustrações.
- Reintegração gradual ao grupo de amigos e maior participação em atividades escolares.
Conclusão:
Este caso destaca a importância de olhar para além das dificuldades acadêmicas e investigar os aspectos emocionais que podem estar impactando o desempenho escolar. A intervenção psicopedagógica, aliada ao suporte emocional(psicólogo) e à parceria com a família e a escola, foi fundamental para ajudar Maria a superar seus desafios.