Caso Clínico: Dificuldades de Aprendizagem e a Importância da Equipe Multidisciplinar
“Quando a colaboração transforma o aprendizado: Um caso de intervenção multidisciplinar”
Identificação do Caso
Paciente: Lucas (nome fictício), 9 anos, masculino.
Queixa principal: Dificuldades persistentes em leitura e escrita, desatenção em sala de aula e baixa autoestiga.
Encaminhamento: Feito pela escola após dois anos de acompanhamento pedagógico sem progresso significativo.
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Passo 1: Anamnese e Avaliação Inicial
Entrevista com a família:
- Os pais relataram que Lucas sempre teve dificuldade para acompanhar o ritmo da turma, especialmente em atividades de leitura e escrita.
- Na escola, ele era visto como “desligado” e frequentemente esquecia instruções.
- Histórico de atraso na fala e trocas fonológicas até os 5 anos.
Observação escolar:
- Dificuldade em decodificar palavras novas.
- Letra ilegível e lentidão na produção textual.
- Evitava atividades de leitura em voz alta.
Passo 2: Avaliação Multidisciplinar
Para identificar as causas das dificuldades, Lucas foi avaliado por uma equipe composta por:
- Psicopedagoga:
- Aplicou provas de consciência fonológica e testes de leitura e escrita.
- Identificou dislexia do desenvolvimento (dificuldade em decodificação e memória fonológica).
- Fonoaudióloga:
- Avaliou processamento auditivo e habilidades linguísticas.
- Confirmou dificuldades em discriminação de sons similares (ex.: /f/ e /v/).
- Neuropsicóloga:
- Realizou avaliação cognitiva (WISC-IV) e de funções executivas.
- Constatou déficits em memória de trabalho e velocidade de processamento, mas QI dentro da média.
- Psicóloga:
- Identificou ansiedade e baixa autoestiga relacionadas às frustrações escolares.
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Passo 3: Hipótese Diagnóstica Integrada
- Dislexia (com dificuldades em consciência fonológica e memória de trabalho).
- Transtorno de processamento auditivo central (TPAC).
- Ansiedade e desmotivação secundárias às dificuldades de aprendizagem.
Passo 4: Plano de Intervenção Multidisciplinar
Cada profissional atuou em sua área, mas com comunicação constante para alinhamento das estratégias:
- Psicopedagoga:
- Trabalhou com método fônico adaptado para dislexia.
- Introduziu ferramentas visuais (cores, mapas mentais) para auxiliar na organização das ideias.
- Fonoaudióloga:
- Realizou treino auditivo para discriminação de fonemas.
- Estimulou consciência fonológica com jogos e exercícios lúdicos.
- Neuropsicóloga:
- Trabalhou estratégias para melhorar a memória de trabalho (ex.: repetição, associação de imagens).
- Orientou a escola sobre adaptações (tempo extra em provas, uso de gravador).
- Psicóloga:
- Trabalhou autocontrole emocional e técnicas para reduzir ansiedade.
- Envolveu os pais em dinâmicas para fortalecer a autoestima de Lucas.
- Escola:
- Professora recebeu orientações para usar letras coloridas e leituras compartilhadas.
- Implementou um sistema de reforço positivo (elogios por esforço, não apenas por acertos).
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Passo 5: Evolução e Resultados
Após 6 meses de intervenção:
✔ Leitura: Evoluiu de sílabas simples para frases curtas com compreensão.
✔ Escrita: Redução de trocas de letras e melhora na organização textual.
✔ Comportamento: Mais participativo em sala, com menos frustrações.
✔ Autoestima: Passou a acreditar mais em seu potencial.
Após 1 ano:
- Lucas foi desenvolvido para o 4º ano sem reprovações.
- A escola adotou adaptações contínuas, como uso de tecnologia (leitor de texto).
Por que a Equipe Multidisciplinar fez a Diferença?
- Diagnóstico preciso: A integração de visões (psicopedagogia, fonoaudiologia, neuropsicologia) permitiu identificar todas as causas das dificuldades.
- Intervenção personalizada: Cada profissional trabalhou uma área específica, mas com objetivos alinhados.
- Suporte emocional: A psicóloga ajudou Lucas a lidar com frustrações, enquanto a escola e a família mudaram sua postura.
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Mensagem para Profissionais:
“Casos como o de Lucas mostram que dificuldades de aprendizagem raramente têm uma única causa. Uma equipe multidisciplinar não só acelera o progresso, mas também transforma a vida da criança de forma integral.”