Psicopedagogia

ATA – Escala de Autismo

O diagnóstico no tempo certo ajuda  amenizar consideravelmente os efeitos do problema apresentado.

O autismo é um transtorno invasivo do desenvolvimento, e seu quadro comportamental é composto basicamente de quatro manifestações:

  • déficits qualitativos na interação social;
  • déficits na comunicação;
  • padrões de comportamento repetitivos e estereotipados;
  • repertório restrito de interesses;
  • atividades.

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Esta escala não tem o escopo de avaliar especificamente uma função psíquica.

Nome: _________________________________         Data:  _____/_____/________

Sexo:   (   )  masculino          (   )  Feminino                                 Idade: _____/____/_________

Leia atentamente cada item e marque conforme observa a criança em situação de rotina.
I. DIFICULDADE NA INTERAÇÃO SOCIAL
SIMNÃO
O desvio da sociabilidade pode oscilar entre formas leves como, por exemplo, um certo negativismo e a evitação do contato ocular, até formas mais graves, como um intenso isolamento.
1. Não sorri  
2. Ausência de aproximações espontâneas  
3. Não busca companhia  
4. Busca constantemente seu cantinho (esconderijo)  
5. Evita pessoas  
6. É incapaz de manter um intercâmbio social  
7. Isolamento intenso  
II. MANIPULAÇÃO DO AMBIENTE
O problema da manipulação do ambiente pode apresentar-se em nível mais ou menos grave, como, por exemplo, não responder às solicitações e manter-se indiferente ao ambiente. O fato mais comum é a manifestação brusca de crises de birra passageira, risos incontroláveis e sem motivo, tudo isto com o fim de conseguir ser o centro da atenção.
1. Não responde às solicitações  
2. Mudança repentina de humor  
3. Mantém-se indiferente, sem expressão  
4. Risos compulsivos  
5. Birra e raiva passageira  
6. Excitação motora ou verbal (ir de um lugar a outro, fala s/ parar)  
III. UTILIZAÇÃO DAS PESSOAS A SEU REDOR
A relação que mantém com o adulto quase nunca é interativa, dado que normalmente se utiliza do adulto como o meio para conseguir o que deseja.
1. Utiliza-se do adulto como um objeto, levando-o até aquilo que deseja.  
2. O adulto lhe serve como apoio para conseguir o que deseja (p.ex.: utiliza o adulto como apoio para pegar bolacha)  
3. O adulto é o meio para suprir uma necessidade que não é capaz de realizar só (p.ex.: amarrar sapatos)  
4. Se o adulto não responde às suas demandas, atua interferindo na conduta desse adulto.  
IV. RESISTÊNCIA A MUDANÇAS
A resistência a mudanças pode variar da irritabilidade até franca recusa.
1. Insistente em manter a rotina  
2. Grande dificuldade em aceitar fatos que alteram sua rotina, tais como mudanças de lugar, de vestuário e na alimentação  
3. Apresenta resistência a mudanças, persistindo na mesma resposta ou atividade  
V. BUSCA DE UMA ORDEM RÍGIDA
Manifesta tendência a ordenar tudo, podendo chegar a uma conduta de ordem obsessiva, sem a qual não consegue desenvolver nenhuma atividade.
1. Ordenação dos objetos de acordo com critérios próprios e pré-estabelecidos  
2. Prende-se a uma ordenação espacial (Cada coisa sempre em seu lugar)  
3. Prende-se a uma seqüência temporal (Cada coisa em seu tempo)  
4. Prende-se a uma correspondência pessoa-lugar (Cada pessoa sempre no lugar determinado)  
VI. FALTA DE CONTATO VISUAL. OLHAR INDEFINIDO
A falta de contato pode variar desde um olhar estranho até constante evitação dos estímulos visuais
1. Desvia os olhares diretos, não olhando nos olhos  
2. Volta a cabeça ou o olhar quando é chamado (olhar para fora)  
3. Expressão do olhar vazio e sem vida  
4. Quando segue os estímulos com os olhos, somente o faz de maneira intermitente  
5. Fixa os objetos com um olhar periférico, não central  
6. Dá a sensação de que não olha  
VII. MÍMICA INEXPRESSIVA
A inexpressividade mímica revela a carência da comunicação não verbal. Pode apresentar, desde uma certa expressividade, até uma ausência total de resposta.
1. Se fala, não utiliza a expressão facial, gestual ou vocal com a freqüência esperada  
2. Não mostra uma reação antecipatória  
3. Não expressa através da mímica ou olhar aquilo que quer ou o que sente.  
4. Imobilidade facial  
VIII. DISTÚRBIOS DE SONO
Quando pequeno dorme muitas horas e, quando maior, dorme poucas horas, se comparado ao padrão esperado para a idade. Esta conduta pode ser constante, ou não.
1. Não quer ir dormir  
2. Levanta-se muito cedo  
3. Sono irregular (em intervalos)  
4. Troca ou dia pela noite  
5. Dorme poucas horas.  
IX. ALTERAÇÃO NA ALIMENTAÇÃO
Pode ser quantitativa e/ou qualitativa. Pode incluir situações, desde aquela em que a criança deixa de se alimentar, até aquela em que se opõe ativamente.
1. Seletividade alimentar rígida (ex.: come o mesmo tipo de alimento sempre)  
2. Come outras coisas além de alimentos (papel, insetos)  
3. Quando pequeno não mastigava  
4. Apresenta uma atividade ruminante  
5. Vômitos  
6. Come grosseiramente, esparrama a comida ou a atira  
7. Rituais (esfarela alimentos antes da ingestão)  
8. Ausência de paladar (falta de sensibilidade gustativa)  
X. DIFICULDADE NO CONTROLE DOS ESFÍNCTERES
O controle dos esfíncteres pode existir, porém a sua utilização pode ser uma forma de manipular ou chamar a atenção do adulto.
1. Medo de sentar-se no vaso sanitário  
2. Utiliza os esfíncteres para manipular o adulto  
3. Utiliza os esfíncteres como estimulação corporal, para obtenção de prazer  
4. Tem controle diurno, porém o noturno é tardio ou ausente  
XI. EXPLORAÇÃO DOS OBJETOS (APALPAR, CHUPAR)
Analisa os objetos sensorialmente, requisitando mais os outros órgãos dos sentidos em detrimento da visão, porém sem uma finalidade específica
1. Morde e engole objetos não alimentares  
2. Chupa e coloca as coisas na boca  
3. Cheira tudo  
4. Apalpa tudo. Examina as superfícies com os dedos de uma maneira minuciosa  
XII. USO INAPROPRIADO DOS OBJETOS
Não utiliza os objetos de modo funcional, mas sim de uma forma bizarra.
1. Ignora os objetos ou mostra um interesse momentâneo  
2. Pega, golpeia ou simplesmente os atira no chão  
3. Conduta atípica com os objetos (segura indiferentemente nas mãos ou gira)  
4. Carrega insistentemente consigo determinado objeto  
5. Se interessa somente por uma parte do objeto ou do brinquedo  
6. Coleciona objetos estranhos  
7. Utiliza os objetos de forma particular e inadequada  
XIII. FALTA DE ATENÇÃO
Dificuldades na atenção e concentração. Às vezes, fixa a atenção em suas próprias produções sonoras ou motoras, dando a sensação de que se encontra ausente.
1. Quando realiza uma atividade, fixa a atenção por curto espaço de tempo ou é incapaz de fixá-la  
2. Age como se fosse surdo  
3. Tempo de latência de resposta aumentado. Entende as instruções com dificuldade (quando não lhe interessa, não as entende)  
4. Resposta retardada  
5. Muitas vezes dá a sensação de ausência  
XIV. AUSÊNCIA DE INTERESSE PELA APRENDIZAGEM
Não tem nenhum interesse por aprender, buscando solução nos demais. Aprender representa um esforço de atenção e de intercâmbio pessoal, é uma ruptura em sua rotina.
1. Não quer aprender  
2. Cansa-se muito depressa, ainda que de atividade que goste  
3. Esquece rapidamente  
4. Insiste em ser ajudado, ainda que saiba fazer  
5. Insiste constantemente em mudar de atividade  
XV. FALTA DE INICIATIVA
Busca constantemente a comodidade e espera que lhe dêem tudo pronto. Não realiza nenhuma atividade funcional por iniciativa própria.
1. É incapaz de ter iniciativa própria  
2. Busca a comodidade  
3. Passividade, falta de interesse  
4. Lentidão  
5. Prefere que outro faça o trabalho para ele  
XVI. ALTERAÇÃO DE LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO
É uma característica fundamental que pode variar desde um atraso de linguagem até formas mais graves, com uso exclusivo de fala particular e estranha.
1. Mutismo  
2. Estereotipias vocais  
3. Entonação incorreta  
4. Ecolalia imediata e/ou retardada  
5. Repetição de palavras ou frases que podem (ou não) ter valor comunicativo  
6. Emite sons estereotipados quando está agitado e em outras ocasiões, sem nenhuma razão aparente  
7. Não se comunica por gestos  
8. As interações com adulto não são nunca um diálogo  
XVII. NÃO MANIFESTA HABILIDADES E CONHECIMENTOS
Nunca manifesta tudo aquilo que é capaz de fazer ou agir, no que diz respeito a seus conhecimentos e habilidades, dificultando a avaliação dos profissionais.
1. Ainda que saiba fazer uma coisa, não a realiza, se não quiser  
2. Não demonstra o que sabe, até ter uma necessidade primária ou um interesse eminentemente específico  
3. Aprende coisas, porém somente a demonstra em determinados lugares e com determinadas pessoas  
4. Às vezes, surpreende por suas habilidades inesperadas  
XVIII. REAÇÕES INAPROPRIADAS ANTE A FRUSTRAÇÃO
Manifesta desde o aborrecimento à reação de cólera, ante a frustração.
1. Reações de desagrado caso seja esquecida alguma coisa  
2. Reações de desagrado caso seja interrompida alguma atividade que goste  
3. Desgostoso quando os desejos e as expectativas não se cumprem  
4. Reações de birra  
XIX NÃO ASSUME RESPONSABILIDADES
Por princípio, é incapaz de fazer-se responsável, necessitando de ordens sucessivas para realizar algo.
1. Não assume nenhuma responsabilidade, por menor que seja  
2. Para chegar a fazer alguma coisa, há que se repetir muitas vezes ou elevar o tom de voz  
XX. HIPERATIVIDADE/ HIPOATIVIDADE
A criança pode apresentar desde agitação, excitação desordenada e incontrolada, até grande passividade, com ausência total de resposta. Estes comportamentos não têm nenhuma finalidade.
1. A criança está constantemente em movimento  
2. Mesmo estimulada, não se move  
3. Barulhento. Dá a sensação de que é obrigado a fazer ruído/barulho  
4. Vai de um lugar a outro, sem parar  
5. Fica pulando (saltando) no mesmo lugar  
6. Não se move nunca do lugar onde está sentado  
XXI. MOVIMENTOS ESTEREOTIPADOS E REPETITIVOS
Ocorrem em situações de repouso ou atividade, com início repentino.
1. Balanceia-se  
2. Olha e brinca com as mãos e os dedos  
3. Tapa os olhos e as orelhas  
4. Dá pontapés  
5. Faz caretas e movimentos estranhos com a face  
6. Roda objetos ou sobre si mesmo  
7. Caminha na ponta dos pés ou saltando, arrasta os pés, anda fazendo movimentos estranhos  
8. Torce o corpo, mantém uma postura desequilibrada, pernas dobradas, cabeça recolhida aos pés, extensões violentas do corpo  
XXII. IGNORA O PERIGO
Expõe-se a riscos sem ter consciência do perigo
1. Não se dá conta do perigo  
2. Sobe em todos os lugares  
3. Parece insensível à dor  
XXIII. APARECIMENTO ANTES DOS 36 MESES (DSM-IV)  

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5 passos para o Diagnóstico do Autismo

1) Entrevista detalhada com os pais/cuidadores.

2) Reunir fotos e vídeos.

3) Depoimentos de profissionais e escolas.

4) Uso de escalas de avaliação.

5) Dados de história familiar.

Leia mais diretamente na fonte: NeuroSaber

antes e depois do PsiquEasy

Leia ainda: Declaração de Comparecimento

Veja também: Roteiro da Avaliação Diagnóstica Psicopedagógica

4 thoughts on “ATA – Escala de Autismo

  • Natália De Maria

    Olá boa tarde.

    Como pontua a escala ATA?

    Resposta
  • Ana Karoline Almeida dos Santos

    Olá, meu nome é Ana, tenho 20 anos, recentemente realizei uma avaliação neurospicológica para autismo e tdah, e minha pontuação na escala ATA foi 71 pontos. Existe algum índice de pontuações que determina o que cada faixa de pontuações delimita no autismo? Por exemplo: 16 a 50 – autismo leve…
    Obrigada pela atenção.

    Resposta
    • Daliane Oliveira

      Olá Ana, tudo bem?

      Sim, existe uma escala com as pontuações e suas especificidades, no entanto, só um profissional da área ao realizar sua avaliação poderá te esclarecer tais dúvidas. Abraços…

      Resposta

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