Psicopedagogia

Quais Exames Detectam Distúrbios Diversos com certa Precisão?

O PET (Tomografia por Emissão de Pósitrons) e o SPECT (Tomografia por Emissão de Fóton Único) são tecnologias de neuroimagem dinâmica que se valem de marcadores radioativos.

Por meio desses instrumentos, podem-se obter indicadores do nível de ativação funcional de determinadas regiões do encéfalo (quanto maior for o fluxo sanguíneo de determinada região do encéfalo, maior será o seu nível de ativação funcional).

O grande problema dessas duas técnicas é a baixa resolução temporal. Elas são incapazes de medir ocorrências em tempo menor do que um minuto, e isso dificulta a medição de ocorrências relacionadas ao processamento de informações pelas redes neuronais que constituem o Sistema Nervoso Central (SNC) e ocorrem em milissegundos.

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A utilização de PET foi registrada pela primeira vez no final da década de 1980, em estudo feito por um grupo de importantes pesquisadores norte- americanos, como Michael Posner, Marcus Raichle e Steve Petersen. Esses autores estudaram as variações do nível de atividade encefálica, em estudantes da Universidade de Washington, (todos normais) durante a execução de uma tarefa de geração de verbos derivados de substantivos (OLIVIER, 2008).

Pode-se verificar que, além da ativação de regiões tradicionalmente associadas ao processamento da linguagem, áreas de Wernicke e de Broca localizadas, respectivamente, no lobo frontal e no lobo temporal, ambos no hemisfério cerebral esquerdo, observou-se também a ativação seletiva de  estruturas, como a porção anterior do giro cíngulo e o cerebelo direito, cujo envolvimento no processamento da linguagem não era, até então, previsto pelos modelos tradicionais.

No entanto, o mais interessante desse trabalho foi a constatação da existência de dois padrões distintos de ativação encefálica para um mesmo indivíduo e para uma mesma tarefa cognitiva, cada um desses padrões estando associado a um grau distinto de proficiência na execução dessa tarefa.

Assim, os pesquisadores observaram que indivíduos inexperientes na execução da tarefa de geração de verbos derivados de substantivos apresentavam uma ativação encefálica extensa, envolvendo o córtex frontal esquerdo (incluindo a área de Broca), o córtex temporal esquerdo (incluindo a área de Wernicke), a porção anterior do giro cíngulo e o hemisfério cerebelar direito.

À medida que esses indivíduos familiarizavam-se com a atividade de extensa ativação do encéfalo, parecia dar lugar a uma ativação muito mais restrita e localizada, em uma pequena região (o córtex insular) de ambos os hemisférios cerebrais (baseado em matéria do Prof. Dr. Cláudio Guimarães citado por Olivier, 2008).

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Ressonância Magnética Funcional

Um dos métodos não invasivos é o mapeamento obtido pela Ressonância Magnética Funcional (FMRI).

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Os primeiros trabalhos nesta área (Ogawa, et aI. 1990a, 1990b, 1992, 1993; Belliveau, et a/. 1990,1991) mostram a FMRI como uma nova técnica capaz de detectar regiões cerebrais que estão com o nível de funcionamento alterado durante a realização de uma tarefa específica.

Assim, consegue-se, por meio de um processamento estatístico, detectar que áreas do cérebro são responsáveis pelo estímulo em uma determinada área do corpo. Este mapeamento pode ser útil para evitar-se que, em uma cirurgia no cérebro, extirpem-se partes do tecido nervoso responsáveis pela parte sensitiva e motora.

Magnetoencefalografia
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A Magnetoencefalografia (MEG) envolve a medição dos campos magnéticos associados à atividade elétrica cerebral. Trata-se de uma técnica não invasiva, que permite seguir, à semelhança da eletroencefalografia (EEG), a evolução dos processos eletrofisiológicos na escala do milissegundo.

Com o auxílio desta técnica, é possível localizar regiões funcionais do córtex cerebral, com uma resolução espacial superior à da EEG e avaliar a integridade das vias de transmissão de sinais. As aplicações clínicas mais importantes da MEG são a localização funcional pré-cirúrgica e a localização da atividade epiléptica.

Eletroencefalografia

De 1930 até bem pouco tempo atrás, a eletroencefalografia esteve quase estagnada e com aplicação médica perdendo terreno seguidamente para outros métodos de diagnóstico e de exames. Nas últimas décadas, entretanto, a informática foi acoplada ao método eletroencefalográfico, modernizando muito essa técnica.

Uma dessas novas aplicações da EEG é tentar localizar com exatidão os focos epilépticos ou os tumores cerebrais. Os focos epilépticos são pequenas regiões no cérebro onde a atividade elétrica se apresenta anormal.

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Pela observação dos traçados dos canais, o neurologista que interpreta a EEG é capaz de verificar a área exata em que se encontra a anormalidade.

Entretanto, a interpretação pessoal dos traçados é muito difícil quando o número de canais é grande ou a natureza da anomalia é complexa. Vem daí a necessidade de se acoplar ao processo os requintes da informática.

Assim, é possível a elaboração de um mapeamento (colorido) cerebral, eletricamente determinado. O mapeamento cerebral colorido gerado pelos computadores e pelas impressoras coloridas avalia a quantidade da atividade elétrica de uma determinada região pelas diversas tonalidades de cor. Nesse método, as cores roxa e preta representam baixa amplitude das ondas elétricas, enquanto o vermelho e o amarelo podem representar amplitudes maiores.

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Este tipo de exame é chamado de EEG Quantitativo, em contrapartida da avaliação qualitativa da eletroencefalografia tradicional. O EEG Q proporciona uma avaliação mais precisa da atividade cerebral, dando uma visão gráfica mais acurada da localização de alterações elétricas. A informática também proporciona animações dinâmicas das imagens cerebrais, facilitando o estudo da função cerebral e do cérebro em ação.

Atualmente as principais indicações do EEG Q são determinar a localização precisa de tumores cerebrais, bem como a localização precisa de doenças focais do cérebro, incluindo, entre elas, a epilepsia, as alterações vasculares e o derrame.

Em Psiquiatria, o EEG Q tem sido usado para estabelecer diferenças entre vários diagnósticos, tais como: a hiperatividade e os distúrbios da atenção em crianças, as demências senis ou não, a atrofia cerebral, a esquizofrenia, e até  alguns casos de depressão.

Em Neurologia, o EEG Q, além dos focos epilépticos, é útil na monitoração da abstinência de drogas, em infecções do cérebro, nos estados de coma, de narcolepsia e no acompanhamento pós-operatório de pacientes que foram submetidos à cirurgia cerebral.

O futuro do EEG Quantitativo será proporcional ao futuro acoplamento de métodos digitais de análise de sinais e de processamento de imagens pelos computadores

Eletrochoque, lnsulinoterapia e Lobotomia

Estas são técnicas antigas e em desuso que, ainda assim, serviram de base para estudos e aprimoramentos das técnicas usadas na atualidade. Explicando melhor, devemos dizer que, na intenção de controlar crises de agressividade ou alteração brusca de humor, nos anos de 1930 e 1940, os médicos utilizavam-se de duas técnicas basicamente:

Lnsulinoterapia

Lnsulinoterapia – Injetava-se insulina nos pacientes, provocando uma hipoglicemia, fazendo com que as células do pâncreas retirassem a glicose do sangue e, em consequência, havia convulsão. Resumindo, a convulsão desejada  era induzida pelo choque insulínico, e isso, obviamente, controlava qualquer crise das mais agressivas e incontroláveis, mas prejudicava os pacientes.

Eletrochoque – Por volta de 1938, era tido como objeto de tortura, consistia em colocarem-se placas na cabeça do doente e emitir, por meio delas, um forte choque. Isso induzia a convulsões. Geralmente o paciente era amarrado a uma maca e recebia o método sem anestesia nem preparativos, e isso era mesmo muito agressivo. Hoje a técnica ainda é usada, mas a forma é bem mais amena.

Eletro-choque
Atualmente usa-se o termo eletroconvulsoterapia (ECT) para denominar um método que utiliza o estímulo elétrico para gerar uma convulsão que é o elemento terapêutico.

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Aplica-se com o paciente anestesiado, com preparativos que incluem jejum na noite anterior. Ao chegar ao hospital ou ao ambulatório, o paciente recebe um relaxante muscular, anestesia, oxigenação, monitores cardíacos e cerebrais e de pressão arterial, e somente depois disso, aplicam-se apenas dois eletrodos na região frontal que provocam um estímulo breve, apenas suficiente para induzir a convulsão. Isso é usado para controlar casos graves de depressão, TOC, entre outros.

Além dessa técnica (ECT), há uma outra bem mais amena que acaba trazendo ótimos resultados de forma indolor e sem necessidade de tantos preparativos. A TMS – Transcranial Magnetic Stimulation (Estimulação Magnética Transcraniana).

lobotomia

A lobotomia consistia na penetração de um bisturi no cérebro, por meio de orifícios perfurados na região das têmporas, o que destruía parcial ou totalmente os lobos frontais do cérebro (região responsável pela cognição). Isso, além de provocar

déficit cognitivo, deixava os pacientes incapazes de sentir e demonstrar emoções, agiam como se fossem “zumbis”.

Esse procedimento era muito usado para “controlar” personalidades agressivas e desajustadas. Esse procedimento caiu em desuso há muito tempo,  mas serviu como base de estudos para que uma nova cirurgia fosse aprimorada, sendo hoje usada em casos mais graves, sem controle por terapia cognitiva e/ou medicamentosa.

Fonte de Pesquisa: www.ucamprominas.com.br

Veja ainda: Aplicação de trilha como Recurso Psicopedagógico

Leia também: Transtorno Opositor Desafiador, Falta de Limites ou Síndrome do Imperador?

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