Como a Depressão Infantil afeta a Aprendizagem?
Durante muitos anos, a depressão infantil não era reconhecida e depois disto, era considerada raridade. Atualmente tem se observado o crescente número de adolescentes e crianças diagnosticados com depressão.
O comportamento depressivo poderá, primeiramente, ser verificado no ambiente escolar. E um dos primeiros sinais seria e baixo rendimento escolar e mudança no comportamento. De modo que, o comportamento depressivo compromete de forma negativa o desenvolvimento global da criança e do adolescente. Podemos verificar na afirmação de Chabrol (1990, p. 90).
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A depressão compromete e degrada a adaptação social e familiar, escolar e profissional. … Os comportamentos depressivos podem induzir atitudes de incompreensão, rejeição e hostilidade do meio, atitudes estas que reforçam sua visão negativa de si mesmo e dos outros: os pais e os professores veem a criança e o adolescente deprimido como preguiçoso, irresponsável, imaturo e insubordinado.
É importante ressaltar que o diagnóstico de depressão infantil não é papel dos educadores, porém a escola e o professor desempenham uma função extremamente relevante no reconhecimento dos sintomas de depressão, sabendo-se que a depressão interfere no rendimento do aluno. Sendo assim, a queda no rendimento escolar pode ser utilizada como um sinal para pais e educadores de que a criança ou adolescente possa estar vivenciando sintomas de depressão.
Para tanto Adriola e Cavalcante (1999) enfatizam que:
Quando a depressão e dificuldades escolares ocorrem em uma mesma pessoa, é importante considerar se a depressão é primária e, portanto causa da dificuldade escolar ou se é secundária, pois somente depois dessa avaliação é possível a indicação do tratamento mais adequado. (WEINBERG E COLS, 1989 apud ADRIOLA E CAVALCANTE, 1999).
Embora as crianças e adolescentes com sintomas depressivos apresentem dificuldades escolares. Brumback e cols. (1980) apud Cruvinel e Boruchovitch (2003) observaram que essas crianças e adolescentes são capazes intelectualmente, não apresentando nenhum déficit de inteligência. Essa constatação sugere que o baixo rendimento pode ser consequência da depressão, pois apresenta falta de interesse e motivação em participar das atividades escolares demonstrando também um sentimento de autodesvalorização.
É fundamental que o professor conheça os efeitos do fracasso escolar na vida psíquica do aluno e adote estratégias que previnam maiores dificuldades. Faz-se necessário também criar um ambiente que favoreça a aprendizagem para que o aluno se sinta acolhido e motivado.
Diante da depressão infantil, segundo Sommerhalder e Stela (2001) apud Cruvinel e Boruchovitch (2003) as funções cognitivas como atenção, concentração, memória e raciocínio encontram-se alteradas, o que interfere no desempenho escolar resultando em desinteresse pelas atividades, apresentando dificuldade em permanecer atenta nas tarefas interferindo de forma negativa na aprendizagem deste aluno.
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Segundo Fassler e Dumas (2002):
O vínculo entre distúrbio de aprendizagem e depressão é forte. Esses distúrbios partilham de muitos sintomas, tais como declínio nas notas escolares, atenção mínima, dificuldade em prestar atenção à aula e falta de interesse na escola. Além disso, os distúrbios de aprendizagem podem levar à depressão.
Podemos observar que crianças e adolescentes com dificuldades de aprendizagem e baixo rendimento escolar apresentem mais sintomas depressivos do que as sem dificuldades escolares. Sabendo-se que um indivíduo com uma limitação cognitiva dificilmente alcança um nível de desempenho esperado, não sendo reconhecido e elogiado pelos colegas e professores.
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Por outro lado crianças e adolescentes com sintomas de depressão tendem a apresentar baixo rendimento escolar, pois devido ao seu estado de prostração não consegue atingir as expectativas dos outros, gerando cobrança, sentimentos negativos de frustração, inferioridade e incapacidade.
Entretanto, caso a criança ou adolescente demonstrar algum problema de aprendizagem, Fassler e Dumas (2002) nos apresenta os seguintes sintomas à que devemos estar atentos.
Um período especialmente curto de atenção, sobretudo quando comparado a outras crianças da mesma idade; dificuldade para compreender e seguir instruções; problemas para dominar a leitura, escrita ou habilidades matemáticas; troca de letras ou números, como confundir 62 com 26, ou b com d ou rato com tora; problemas de coordenação nos esportes ou em pequenas tarefas motoras, como segurar um lápis ou tentar dar um laço no sapato; notas escolares que parecem estar bem abaixo da capacidade da criança; pertences guardados constantemente em lugares errados; hiperatividade ou inquietação. (p.126)
Uma vez, detectado algum problema, o encaminhamento precoce e o tratamento são a melhor forma de ajudar a criança e adolescente a superarem os problemas emocionais. E em muitos casos pais e professores deverão trabalhar juntos com o mesmo objetivo que é de formar, na criança ou adolescente, sua confiança e fortalecer sua autoestima.
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Devido à complexidade do diagnóstico, para Colbert & cols (1992) apud Cruvinel e Boruchovitch (2003) a dificuldade de profissionais na identificação de ambos os problemas (depressão e dificuldade de aprendizagem) e a necessidade de um olhar cauteloso e crítico diante da criança e adolescente, já que um diagnóstico incorreto implica em orientação, encaminhamento e intervenção inadequados.
Diante desse quadro, faz-se necessário, cada vez mais, estudos que contribuam para o conhecimento acerca da depressão infantil, principalmente no Brasil. É necessário viabilizar dados e estudos sistemáticos para que sejam compartilhados com educadores, pois somente assim os mesmos terão recursos necessários para melhor compreender a depressão e suas relações com a aprendizagem.
Sugestões para trabalhar as Emoções com crianças e adolescentes:
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